14 de mar. de 2010

Exte texto foi publicado a tempos no outro blog que tive...

Desde muito pequena sempre me interessei por política. Era engraçado até pra mim mesma ver como aqueles assuntos de adultos chamavam minha atenção. Meu pai era meu espelho. A cada notícia na TV ele comentava com minha mãe suas impressões e ela as dela, o que sempre gerava conflitos pois eles discordavam muito, mas concordavam também; sempre discutiam, essa era a parte engraçada.
Meu pai lia todos os jornais possíveis e via todos os telejornais possíveis também, a ele devo meu gosto e minha educação política vamos dizer assim. Mas isto não quer dizer que compartilhávamos das mesmas opiniões. Vamos pôr assim: eu era de esquerda (mesmo sem saber o significado certo disto) e ele de direita. Engraçado isso!
A época que mais me lembro foi a eleição presidencial de 1989, eu tinha uns 8 anos. Lula x Collor. Meu pai era completamente collorido. Eu simpatizava com aquele barbudo. Não sabia exatamente por que. Só podia ser pra contrariar meu pai, ele falava tão mal do Lula. Bom, todos já sabem que depois daquele fatídico debate na Rede Globo (não só por isto, claro), Collor se tornou o primeiro presidente da Nova República. Ele continuou sendo ídolo de papai até o confisco das poupanças...rs.
Olhava pela tv, Lindenberg liderando os caras-pintadas (quantas mudanças!), minha vontade era estar ali. Pintei minha cara pra ver o impeachment pela Tv. Anos de neoliberalismo depois, em 2001 eu me vi de novo com a mesma euforia. Claro que já não era mais criança, era universitária, fazendo História, cheia de professores marxistas e suas múltiplas correntes, e não-marxistas e suas muitas correntes, não poderia deixar de me influenciar pela euforia lulista. E foi assim! Fiz campanha na faculdade, assisti a inúmeras reuniões políticas, palestras, tinha discussões homéricas com meu chefe sobre o Lula! Enfim! Podia finalmente me expor, por pra fora todo os meus ideais. Eu não sou e nunca fui petista, lulista .. tenho alguns princípios e ideais que não cabem em nenhuma corrente política atual, mas que se aproxima do aclamado socialismo, mas nada partidário. Odeio política partidária. Política se faz todo dia, se faz no trabalho, se faz na rua, com o vizinho, amigo, namorado, filho.
Anos se passam e vem as decepções. Primeiro a maneira neoliberal-populista como ele levou seus primeiros anos de governo. Bolsa família. Depois as sujeiras: mensalão, mensalinhos, lobbies, abraço com Collor, Bush filho, defesa de Renan, por fim, o último golpe em todo meu pueril idealismo lulista, a defesa escancarada de José Sarney. Logo dele! Velha raposa nojenta! Coronel dos destinos de milhares e milhares de sertanejos neste maranhense Brasil. Absurdo!
A sujeira tá saindo de debaixo do tapete. Isto é bom! Mas a pergunta que fica, baseada nos acontecimentos anteriores do próprio governo Lula, é o que vamos fazer com estas sujeiras. Expurgá-las, reciclá-las? O quê? O que nós cidadãos podemos fazer pra mudar tudo isto?



Meus alunos do 5º ano (AMEC), isto é ou não algo que ficou aqui guardado na minha memória?

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