25 de out. de 2011

O ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. É por isso que se chama presente.

Quanto vale um professor?

Blog da Bia...rs ou seria da Bruna

Meus lindos,
vocês vivem pedindo atualizações do Blog.. hj vim para fazer algumas e a primeira delas é informá-los sobre o blog da Bia. O blog que ela fez pra postar minhas histórias. Sigam-na!!!
 
http://brunaesuashistorias.blogspot.com/

Bjkas!

24 de set. de 2011

Meu nome é medo

Meu propósito é dominar corações e mentes. Incutir em cada um o medo do outro. Medo de lhe estender a mão, tocar em cumprimento a pele impregnada de bactérias nocivas.
 
Medo de abrir a porta e receber um intruso ansioso por solidariedade e apoio. Com certeza ele quer arrancar-lhe algum dinheiro ou bem. Pior: quer o seu afeto. Melhor não ceder ao apelo sedutor. Evite o sofrimento, tenha medo de amar.
 
Quero todos com medo da comunidade, do vizinho, do colega de trabalho. Medo do trânsito caótico, das rodovias assassinas, dos guardas que intimidam e achacam. Medo da rua e do mundo.
 
Convém trancar-se em casa, fazer-se prisioneiro da fragilidade e da desconfiança. Reforce a segurança das portas com chaves e ferrolhos; cubra as janelas de grades; espalhe alarmes e eletrônicos por todos os cantos.
 
Faça de seu prédio ou condomínio uma penitenciária de luxo, repleta de controles e vigilantes, e na qual o clima de hostilidade reinante desperte, em cada visitante, uma ojeriza ao prazer da amizade.
 
Tema o Estado e seus tentáculos burocráticos, os pesados impostos que lhe cobra as forças policiais e os serviços de informação e espionagem. Quem garante que seu telefone não está grampeado? Suas mensagens eletrônicas não são captadas por terceiros?
 
O mais prudente é evitar ser transparente, sincero, bem humorado. Sua atitude pode ser interpretada como irreverência ou mesmo ameaça ao sistema.
 
Fuja de quem não se compara a você em classe, renda, cultura e cor da pele; dos olhos invejosos, da cobiça, do abraço de quem pretende enfiar-lhe a faca nas costas.
 
Tenha medo da velhice. Ela é prenúncio da morte. Abomine o crescimento aritmético de sua idade. Jamais empregue o termo “velho”; quando muito, admita “idoso”.
 
Tema a gordura que lhe estufa as carnes, a ruga a despontar no rosto, a celulite na perna, o fio branco no cabelo. É horrível perder a juventude, a esbeltez, o corpo desejado!
 
Tenha medo da mais terrível inimiga: a morte. Ela se insinua quando você fica doente. Saiba que ninguém está interessado em sua vida. Em seu bolso, sim. Basta adoecer para verificar como haverão de humilhá-lo os serviços médicos e os planos de saúde.
 
Não se mova! Por que viajar, abandonar o conforto doméstico e se arriscar num acidente de ônibus, navio ou avião? Nunca se sabe quando, onde e como os terroristas atacarão. Quem diria que numa bucólica ilha da pacífica Noruega o terror provocaria um genocídio?
 
Meu nome é medo. Acolha-me em sua vida! Sei que perderá a liberdade, a alegria de viver, o prazer de ser feliz. Mas darei a você o que mais anseia: segurança!
Em meus braços, você estará tão seguro quanto um defunto em seu caixão,  a quem ninguém jamais poderá inflingir nenhum mal, nem mesmo amedrontá-lo.

Frei Betto

16 de ago. de 2011

CONCOURSO COLÉGIO MILITAR 2012

COLÉGIO MILITAR RJ - INSCRIÇÕES A PARTIR DE 22 DE AGOSTO



O Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), uma das mais conceituadas instituições de educação básica do estado, inscreve para seu concurso de admissão a partir do dia 22 de agosto. No total, são 55 vagas, sendo 45 para o 6º ano do nível fundamental e dez para a 1ª série do ensino médio. A seleção é aberta a candidatos de ambos os sexos.

Para concorrer às vagas destinadas ao ensino fundamental, é preciso ter concluído ou cursar o 5° ano e completar 10 anos de idade até 31 de dezembro de 2012 ou ter menos de 13 anos em 1° de janeiro de 2012. Já os candidatos às oportunidades do 1° ano do nível médio devem ter encerrado o 9° ano e completar 14 anos até 31 de dezembro de 2012 ou ter menos de 18 anos em 1° de janeiro de 2012.

Os interessados poderão se inscrever até o dia 23 do próximo mês pela internet, no site da instituição. O valor da taxa é de R$75. A isenção do pagamento pode ser solicitada de 5 a 9 de setembro e a relação dos contemplados com o benefício estará disponível no dia 14 do mesmo mês.

No dia 16 de outubro, os inscritos serão submetidos à prova de Matemática, de caráter eliminatório e classificatório. Os aprovados nesta etapa passarão por um exame de Língua Portuguesa, previsto para o dia 6 de novembro.

O processo seletivo compreende, ainda, as etapas de inspeção de saúde e comprovação de requisitos biográficos, ambas eliminatórias. No ano passado, o Colégio Militar ofereceu um total de 60 vagas e recebeu 4.165 inscrições, sendo 1.198 para o 1º ano do ensino médio e 2.967 para o 6º ano do ensino fundamental.

Serviço
Telefone: (21) 2567-5668

22 de jul. de 2011

Estudantes, esta é a entidade que lhes representa.

AERJ convida à Todos!!!
A AERJ (Associação dos Estudantes Secundaristas dos Estado do Rio de Janeiro) convida o grêmio e alunos interessados a participar da nossa reunião de diretoria ampliada que será realizada no dia 06 de agosto às 9hs no CPII - São Cristovão, tendo como objetivo unir os grêmios e estudantes de diversas escolas (públicas e privadas) para juntos organizarmos a jornada de lutas pelo passe-livre de verdade para TODOS os estudantes, por melhores condições de estrutura em nossas escolas, por mais investimento na educação, para formação de grêmios aonde não têm dentre outros.
VAMOS CONSTRUIR JUNTOS A LUTA PELA EDUCAÇÃO!!!!

Não deixe de participar, sua presença é fundamental!!!

mais informações pelo e-mail

aerjnaluta@gmail.com ou Juliana Alves (Diretora da AERJ) 7961-5839

13 de jul. de 2011

Quant vale um professor?

Desabafo...
Sou professora de História a 5 anos e pertenço a Secretaria estadual de educação do Estado do Rio de Janeiro a quase 3 anos. Leciono para crianças e adolescentes do Ensino fundamental e Médio num colégio na Baixada Fluminense. Meu salário bruto é de 765,00 com os descontos não chega a 700.

Quando entrei no Estado era menor e, a diferença do que ele era pra hoje, se deve a incorporação da gratificação por parte do governo de umas parcelas do Programa Nova Escola, criado na administração anterior. Parcelas estas que só fazem diferença no contra-cheque de profissionais novos na SEEDUC, como eu, mas que nada representa no salário dos professores mais antigos. Digo parcelas porque o governo parcelou uma gratificação de pouco mais de 400 reais em 7 anos. Isso 7 anos!!!!

Aumento ou reajuste salarial eu nunca tive! Até agora o governo não nos propôs nenhum aumento de salário, apenas a incorporação antecipada da parcela do ano que vem.  Estamos em greve. Nossa greve é legítima, justa. Nossos alunos não estão sendo prejudicados com a greve, pois eles são prejudicados todos os dias com a merenda (quando tem) de péssima qualidade, com a falta de material didático, com a falta de infra-estrutura das escolas (as vezes chove mais dentro que fora da sala de aula), com a falta de professores (todos os meses dezenas de professores pedem exoneração do Estado em função do baixo salários e das péssimas condições de trabalho) e com a falta constante de professores em algumas disciplinas como Matemática, Física e Química, entre outros problemas. Se a educação pública estadual ainda está de pé, é porque nós profissionais de educação estamos lá!!!

Você pode pensar, pior impossível. Mas tem coisa pior!!!
Os outros profissionais que atuam nas escolas, como merendeiras, inspetoras, coordenadoras, agente s de secretaria e departamento pessoal recebem, pasmem, menos de 1 salário mínimo. Quando entrei no Estado o que me animou a participar da primeira greve foi quando ouvi que a coordenadora de turmas da minha escola dizer que ganhava menos de 300 reais. Fiquei tão chocada que não encontrei outra alternativa.
Além disso, 22 escolas estaduais estão sendo fechadas este ano. Estas escolas estão em prédios da administração Municipal e, segundo o governo, elas são muito caras. Não se fecha uma escola de um dia para o outro. E o respeito aos profissionais que lá trabalham? E aos alunos? E a comunidade escolar? Está previsto que mais escolas fechem até o fim do governo Cabral.

Queremos o aumento emergencial de 26% (com ele meu salário continuará inferior a R$ 1.000,00), o descongelamento do plano de carreira dos profissionais da educação e a incorporação de toda gratificação do Nova Escola.

Todas as nossas decisões são tomadas em conjunto, se o governo apresentar alguma proposta que julguemos favorável (mesmo que não atenda todas as nossas reivindicações), com certeza a greve acaba. 

Meus colegas estão acampados na porta da SEEDUC desde ontem. Ficamos lá a tarde toda, fizemos nossa assembleia tudo de maneira pacífica. Afinal, somos educadores. Violento é o governo e ele já deu várias provas disso.
Não agredimos o secretário. Apenas protestamos! E a Constituição nos dá este direito.

Professora Bruna Soares dos Santos

24 de jun. de 2011

Auxílio-Qualificação

Ou seria auxílio-enganação???

O governo nos  dá gratificações, ilude o servidor e a população que acredita que isso é investimento. como disse o líder dos movimentos dos bombeiros outro dia na TV, me Dê uma salário digno e depois sim, pode vir com as gratificações que quiser!

Bjs

20 de jun. de 2011

A greve continua, Cabral a culpa é sua!

Hoje, em Assembleia realizada no Club Municipal, os professores da rede estadual de educação deliberaram que a greve continua.

Calendário!
A categoria vai realizar amanhã (21/06) panfletagens e atos em todo o estado e na capital.
Na quarta, dia 22, o Sepe realiza uma vigília em frente à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), a partir das 14h. Neste dia, o secretário Sergio Ruy irá receber uma comissão do sindicato e parlamentares. Ainda na quarta-feira, a partir das 18h, os profissionais de educação realizam um ato-show na Praça XV, Centro do Rio, que terá o nome: “SOS Educação”.

No domingo, dia 26, a educação estadual, bombeiros e diversas outras categorias de servidores realizam caminhada no Aterro do Flamengo, com concentração em frente ao Castelinho do Flamengo, às 10h (professores e funcionários vestirão preto).

No dia 28, a 3ª Vara da Justiça da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio irá analisar o pedido de liminar do Sepe contra o corte do ponto dos profissionais de educação do estado. Todas as partes foram convocadas para a audiência, incluindo o sindicato, governo do estado e Ministério Público. Neste dia, os profissionais de educação vão realizar uma passeata da Candelária até o Fórum, a partir das 12h – a categoria pretende abraçar o TJ, representando a esperança que a Justiça reconheça a justeza da greve.

A próxima assembleia será dia 29 (quarta), às 14h, também no Clube Municipal.

11 de jun. de 2011

A Centopeia...

“Um dia a Centopeia descobriu que tinha cabeça e que podia pensar. Descobriu que podia até mudar o mundo com seu pensamento. Então ela saiu com os amigos para buscar as respostas para os problemas que a vida traz.”
Esta história esá num livro para crianças. Que bom! Todo ser humano um dia também fez a mesma descoberta da centopeia. Biologicamente todos somos dotados de pensamento. Ao longo da vida nos vemos como a Centopeia, descobrimos que podemos pensar ideologicamente, politicamente e socialmente.
Mas como esta Centopeia, o melhor da História não é descobrir que podemos pensar, e sim que quando nos unimos com os outros podemos mudar o mundo com nossos pensamentos.
Alunos nunca deixem de acreditar! Nunca deixe alguém dizer que você não sabe, que não pode! Você sabe! Você pode!
Professores nunca deixem de acreditar! Nunca deixe que o Estado mate suas esperanças.
Um pensamento muda o mundo! Basta nos unir!
Alunos das turmas 3001, 601, 602, 603, 604 e 605 do Ciep 228 Darcy Vargas, nós professores em greve da rede estadual estamos lutando por vocês, por seus filhos e netos! Eles não vão nos calar!

Eles podem cortar todas as flores, mas não impedirão a chegada da primavera.

9 de jun. de 2011

Tempo

A falta de tempo não tem me permitido escrever. Mas eu to escrevendo um texto sobre a greve da Rede estadual, sobre a mobilização dentro das escolas de alunos e professores e principalmente sobre a visão que a sociedade tem da educação e de nossos alunos. Adolescente não é alienado. Esta sociedade é que assim os quer!

Cidade Negra - querem meu sangue

3 de abr. de 2011

3001

Como resultado das discussões feitas nas últimas aulas sobre o que tem sido chamado pela imprensa de Revoluções do Nilo, os alunos da turma 3001 do Ciep 228 Darcy VArgas apresentaram seus trabalhos sobre o tema. Seguem algumas fotos!



22 de mar. de 2011

Prisões arbitrárias durante visita do "amigo" Obama

O site do globo não permite que se copie e cole os textos das notícias. Então segue o link.



http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/03/manifestantes-presos-em-ato-contra-obama-se-dizem-vitimas-de-armacao.html

21 de mar. de 2011

Kadafi pede que líbios façam marcha em direção a Benghazi

Argel, 21 mar (EFE).- O líder líbio, Muammar Kadafi, pediu aos líbios de todas as regiões do país que organizem nesta segunda-feira uma "marcha popular estratégica" em direção à cidade de Benghazi, com ramos de oliveira nas mãos para impedir "a agressão estrangeira", anunciou a agência oficial líbia "Jana".

Segundo Kadafi, a manifestação, organizada na "luta contra a agressão estrangeira", deverá reunir dezenas de tribos líbias procedentes de todas as regiões do país em direção à segunda cidade líbia e bastião dos rebeldes.

Os participantes deverão levar ramos de oliveira em suas mãos para "apontar os problemas de forma pacífica e não dar motivo aos inimigos que atacam a Líbia e que buscam se apoderar de suas riquezas", afirmou a agência oficial.

Além disso, a "Jana" indicou que os participantes da passeata "serão acompanhados" por integrantes das tribos de Benghazi, "os mesmos que pegaram em armas contra as unidades das forças populares armadas", em referência às tropas do regime.

Por outro lado, o Ministério da Defesa líbio deplorou nesta segunda-feira, em comunicado citado pela agência oficial, que "as outras partes" não tenham respeitado o novo cessar-fogo declarado no domingo pelo Governo de Trípoli.

O Departamento de Defesa afirmou que as bombas e os mísseis continuam atingindo a Líbia e causando "dezenas de vítimas civis" e que os "terroristas filiados à Al Qaeda prosseguem seus ataques armados". EFE

Líbia anuncia cessar-fogo

Vice-chanceller afirmou que seu país é "obrigado a aceitar a resolução do Conselho de Segurança" da ONU

18/03/2011

Telesur



O governo líbio decidiu, nesta sexta-feira (18), pôr fim a todas as operações militares depois da resolução votada no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), informou o ministro líbio de Relações Exteriores, Moussa Koussa.

A Líbia "decidiu implementar de imediato um cessar-fogo e encerrar todas as operações militares", anunicou Koussa, que também repudiou o fato de a ONU aceitar o uso da foça militar contra seu país.

Ele também afirmou que seu país, como membro das Nações Unidas, é "obrigado a aceitar a resolução do Conselho de Segurança".

O texto da ONU estabelece que os Estados-membros da Organização podem adotar "todas as medidas necessárias" - o que incluiria ataques aéreos - para "proteger os civis e as áreas com população civil sob ataque na Líbia, incluindo Benghazi", reduto dos manifestantes contrários ao líder líbio Muammar Al Gaddafi.

Ao mesmo tempo, exclui a presença de "qualquer força de ocupação estrangeira de qualquer tipo, em qualquer parte do território líbio".

A resolução estabelece ainda "uma proibição de todos os voos no espaço aéreo da Líbia para proteger a população civil".

Ao saber da determinação do Conselho de Segurança, o vice-chanceller da Líbia, Jaled Kaaim, afirmou que o governo de seu país acataria "de maneira posititva" a resolução aprovada pelo organismo.

Em uma coletiva de imprensa em Trípoli (capital da Líbia), Kaaim indicou que "nós [governo] aceitamos [a resolução] e também aceitamos o item relativo à integridade e unidade da Líbia".

Fonte: Jornal Brasil de Fato (www.brasildefato.com.br)

20 de fev. de 2011

Texto perfeito! Concordo plenamente!

Plano de Metas da Educação do Rio de Janeiro: do economicismo ao cinismo
Gaudêncio Frigotto, Vânia da Motta, Zacarias Gama e Eveline Algebaile
Em artigo, pesquisadores Gaudêncio Frigotto, Vânia da Motta, Zacarias Gama e Eveline Algebaile analisam a política anunciada pela secretaria estadual de educação para o Estado do Rio de Janeiro, que associa a gratificação aos docentes ao cumprimento de metas. Para eles, o estado caminha na contramão das resoluções da Conferência Nacional de Educação
Em entrevista ao Globo News, o Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, na sexta-feira, dia 07.01.2011, anunciou as cinco frentes de trabalho para a educação pública ao longo dos próximos quatro anos. Em extensa matéria, sob o título Choque na Educação, o jornal O Globo (08.10.2011, p. 14) detalha estas medidas. Confessamos que ficamos estarrecidos pelo caráter economicista e tecnocrático, e pela superficialidade das medidas propostas.




As cinco frentes de trabalho apresentadas teriam como objetivo atacar as questões pedagógicas, o remanejamento de gastos, a rede física, o diagnóstico de problemas e os cuidados com os alunos. As medidas mais destacadas, porém, foram a implantação de um regime meritocrático para a seleção de gestores; a realização de avaliações periódicas; o estabelecimento de metas de desempenho para balizar a concessão diferenciada de gratificações aos docentes; e a revisão das licenças dos 8 mil professores em tratamento de saúde. Ou seja, medidas que reforçam a ideia de que, no fim das contas, os profissionais da educação são os responsáveis pelos problemas educacionais, resumidos, por sua vez, aos baixos índices obtidos pela rede estadual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Um exemplo da lógica de suspeição aí implicada é a contratação de uma empresa privada para passar um pente fino nas licenças médicas, sinalizando um duplo pré-julgamento: aos profissionais de saúde que concederam a licença e aos próprios professores que buscaram atendimento. Por certo, há implícita uma meta de quantos destes não podem passar no pente fino e deverão, agora saudáveis e motivados, voltar às salas de aula.




Trata-se, portanto, de uma proposta que não vai ao fundamental e pega o pior atalho: premiar quem chega às metas, metas imediatistas, de lógica produtivista, que não incorporam medidas efetivas voltadas para uma educação pública de qualidade. A lógica subjacente à proposta, que já está sendo chamada de choque de gestão de administração, apenas trabalha com dois conceitos fundamentais: forçar o professorado a produzir um IDEB elevado, sem efetivamente melhorar as suas condições de trabalho, e baratear o custo da educação adotando, de imediato, a meta conservadora de economizar R$ 111 milhões dos gastos. Uma lógica tecnocrata que reconhece somente cálculos de custos e de benefícios, que vê as pessoas apenas como dados, destituídos de vontade e voz, indo de encontro às próprias bases ideológicas liberais e neoliberais que ainda consideravam o homem dotado de livre iniciativa, mesmo em sua forma de indivíduo, homo economicus.




O espantoso é que a Secretaria de Estado do Rio, com essa proposta, caminha visceralmente na contramão dos encaminhamentos concluídos nas reuniões da Conferência Nacional de Educação de 2010, do que foi acordado no novo Plano Nacional de Educação e do que vem sendo discutido no Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública, há poucos dias instalado por dezenas de entidades ligadas à educação, à cultura, aos movimentos sociais e às instituições de ensino e científicas do estado do Rio de Janeiro. Mais que isso, em total dissonância com a indicação que a Presidente da República, Dilma Rousseff, fez em seu discurso de posse, para enfrentar o problema da educação: reconhecer o professor como a autoridade pedagógica de fato e de direito.




"Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens". (Dilma Rousseff, Discurso de posse, 01.01.2011).




Os debates e proposições aí implicados vêm afirmando insistentemente que não se fará educação de qualidade sem restituir às instituições plenas condições de funcionamento, tornando-as atrativas e adequadas ao bom aprendizado dos alunos; sem garantir, aos profissionais da educação, as condições de trabalho que favoreçam o efetivo exercício da autoria pedagógica e da atuação coletiva na construção do processo educativo escolar; sem dar sustentação a cada escola para que ela se torne o lugar de uma experiência participativa efetivamente capaz de ampliar seus sentidos como instituição pública.




Ignorando os acúmulos desse debate, a Secretaria aposta exatamente no seu contrário, impulsionando a estandardização da rede estadual, por meio da subordinação de sua organização e gestão pedagógica a critérios mercantis, e da sujeição de suas instituições e profissionais a relações de disputa e concorrência.




A estandardização da educação, dura e seriamente questionada hoje por vários setores da sociedade, camufla-se, comumente, por meio do discurso do mérito, do desempenho, da competência e da eficiência, omitindo a grave responsabilidade das próprias elites e do Estado, no Brasil, na longa história de produção reiterada de uma escola precária para a grande maioria da população. Caracteriza-se principalmente, no entanto, pelo estabelecimento de mecanismos padronizados capazes de operar o posicionamento diferenciado dos profissionais e das instituições, reiterando a produção desigual da escola por meio da sua suposta "modernização".




A instituição de premiações, a contratação de empresas gestoras de processos, o estabelecimento de mecanismos de avaliação orientados para a produção de rankings, a instauração de regimes de trabalho que associam a concessão de gratificações diferenciadas à atuação de profissionais e instituições em processos concorrenciais semelhantes a gincanas são exemplos dos mecanismos que operam essa crescente diferenciação. Seus resultados são já bem conhecidos: a intensificação do estabelecimento de regimes e estatutos profissionais diferenciados; a desagregação do professorado em decorrência da instauração de relações concorrenciais entre professores e entre escolas; o não reconhecimento do professor como profissional capaz de dispor sobre o próprio trabalho; a subordinação da gestão educacional e da ação escolar a agentes externos não coadunados com os fins e a função pública da educação; a consolidação de padrões desiguais de formação escolar.



Sem situar o professorado no coração do processo de resgate da qualidade da educação fluminense, melhorando significativamente o seu salário, carreira docente e condições objetivas de trabalho, não há perspectiva real de alterar de fato o atual quadro da educação básica, como sublinhou, também, o ex-Ministro de Assuntos Estratégico, Samuel Pinheiro Guimarães, no Seminário organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ - Qual desenvolvimento e Educação e para que Sociedade? - e do qual o atual Secretário de Educação do Estado participou na abertura.Recentemente, os Senadores Pedro Simon e Cristovam Buarque apresentaram Projeto de Lei pelo qual se estenderia o mesmo reajuste salarial aprovado para os Senadores, de 61,78%, para os professores da educação básica das escolas públicas. Os Senadores tomaram como referência a menor base do piso (não reconhecida pelas entidades que representam os professores, que era de R$ 1.024,00). Esse percentual de aumento representa, de fato, uma novidade, se considerarmos que os reajustes dos profissionais do campo das políticas públicas raramente se aproximaram das nababescas auto-concessões do legislativo e do judiciário. Deve-se, porém, observar que, aplicando aquele reajuste, o piso seria de R$ 1.656,62, 16,13 vezes menor que o salário pago aos parlamentares a cada mês: R$ 26.723,13; o equivalente a 3 salários mínimos. Cabe lembrar aqui que os professores não tem o acréscimo de verba de representação para a compra de roupa, livros, correio, transporte, vale alimentação, etc. E, com certeza, o nível de escolaridade médio dos deputados e senadores não é diferente, talvez menor do que dos professores.




Perguntas de quem não quer calar-se perante o cinismo: Por que não colocar o mesmo piso de 1.656,62 aos ministros, governadores, deputados, senadores, prefeitos, vereadores, judiciário, professores universitários, juízes, desembargadores, delegados, generais, etc. e estabelecer uma espécie de IDEB de cada função, com metas quantitativas, oferecendo ao final de cada ano mais três destes salários-base por produtividade? Quem se candidataria a tão nobres funções por essa mixaria e com tal pressão e controle? Por que não, também, estipular este valor como margem máxima de lucro para os banqueiros e empresários? Já imaginaram? Pois, senhores, estão oferecendo esta mixaria aos que cuidam da educação básica da maioria do povo brasileiro (a escola pública no segmento da educação básica - do ensino fundamental ao médio - atende mais de 80%dos estudantes), menos, certamente, dos filhos das profissões ou atividades, entre outras, listadas acima.




Os milhares de professores que atuam na educação pública brasileira podem ser tudo, menos idiotas. O que se está propondo no Estado do Rio de Janeiro e em muitos outros estados e municípios (entre os quais do Rio de Janeiro que se antecipou ao estado) resulta de opções tecnocratas, apoiadas na ideia de que a educação não é um direito social e subjetivo, mas um serviço, uma mercadoria e, por isso, como a define o Secretário, um "negócio falido" como qualquer outro. Nesse quadro, os docentes são tidos como meros entregadores dos pacotes de conteúdos previamente preparados por economistas, administradores, empresários... que se assumem como "autoridades em educação".




Professores, pais, responsáveis, jovens e estudantes, unamo-nos às dezenas de entidades que instalaram em dezembro de 2010 o Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública no estado do Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro próximo, na UERJ, para dizer alto e em bom som: não queremos ser idiotizados. Não reconhecemos essas medidas como legítimas, porque ignoram a história de luta da sociedade brasileira de quase um século pelo direito efetivo à educação pública de qualidade.



Artigo publicado no Jornal Folha Dirigida de 11/01/2011




Os autores são professores do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Vânia da Motta é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Texto perfeito! Concordo plenamente!

Plano de Metas da Educação do Rio de Janeiro: do economicismo ao cinismo
Gaudêncio Frigotto, Vânia da Motta, Zacarias Gama e Eveline Algebaile
Em artigo, pesquisadores Gaudêncio Frigotto, Vânia da Motta, Zacarias Gama e Eveline Algebaile analisam a política anunciada pela secretaria estadual de educação para o Estado do Rio de Janeiro, que associa a gratificação aos docentes ao cumprimento de metas. Para eles, o estado caminha na contramão das resoluções da Conferência Nacional de Educação
Em entrevista ao Globo News, o Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, na sexta-feira, dia 07.01.2011, anunciou as cinco frentes de trabalho para a educação pública ao longo dos próximos quatro anos. Em extensa matéria, sob o título Choque na Educação, o jornal O Globo (08.10.2011, p. 14) detalha estas medidas. Confessamos que ficamos estarrecidos pelo caráter economicista e tecnocrático, e pela superficialidade das medidas propostas.




As cinco frentes de trabalho apresentadas teriam como objetivo atacar as questões pedagógicas, o remanejamento de gastos, a rede física, o diagnóstico de problemas e os cuidados com os alunos. As medidas mais destacadas, porém, foram a implantação de um regime meritocrático para a seleção de gestores; a realização de avaliações periódicas; o estabelecimento de metas de desempenho para balizar a concessão diferenciada de gratificações aos docentes; e a revisão das licenças dos 8 mil professores em tratamento de saúde. Ou seja, medidas que reforçam a ideia de que, no fim das contas, os profissionais da educação são os responsáveis pelos problemas educacionais, resumidos, por sua vez, aos baixos índices obtidos pela rede estadual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Um exemplo da lógica de suspeição aí implicada é a contratação de uma empresa privada para passar um pente fino nas licenças médicas, sinalizando um duplo pré-julgamento: aos profissionais de saúde que concederam a licença e aos próprios professores que buscaram atendimento. Por certo, há implícita uma meta de quantos destes não podem passar no pente fino e deverão, agora saudáveis e motivados, voltar às salas de aula.




Trata-se, portanto, de uma proposta que não vai ao fundamental e pega o pior atalho: premiar quem chega às metas, metas imediatistas, de lógica produtivista, que não incorporam medidas efetivas voltadas para uma educação pública de qualidade. A lógica subjacente à proposta, que já está sendo chamada de choque de gestão de administração, apenas trabalha com dois conceitos fundamentais: forçar o professorado a produzir um IDEB elevado, sem efetivamente melhorar as suas condições de trabalho, e baratear o custo da educação adotando, de imediato, a meta conservadora de economizar R$ 111 milhões dos gastos. Uma lógica tecnocrata que reconhece somente cálculos de custos e de benefícios, que vê as pessoas apenas como dados, destituídos de vontade e voz, indo de encontro às próprias bases ideológicas liberais e neoliberais que ainda consideravam o homem dotado de livre iniciativa, mesmo em sua forma de indivíduo, homo economicus.




O espantoso é que a Secretaria de Estado do Rio, com essa proposta, caminha visceralmente na contramão dos encaminhamentos concluídos nas reuniões da Conferência Nacional de Educação de 2010, do que foi acordado no novo Plano Nacional de Educação e do que vem sendo discutido no Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública, há poucos dias instalado por dezenas de entidades ligadas à educação, à cultura, aos movimentos sociais e às instituições de ensino e científicas do estado do Rio de Janeiro. Mais que isso, em total dissonância com a indicação que a Presidente da República, Dilma Rousseff, fez em seu discurso de posse, para enfrentar o problema da educação: reconhecer o professor como a autoridade pedagógica de fato e de direito.




"Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens". (Dilma Rousseff, Discurso de posse, 01.01.2011).




Os debates e proposições aí implicados vêm afirmando insistentemente que não se fará educação de qualidade sem restituir às instituições plenas condições de funcionamento, tornando-as atrativas e adequadas ao bom aprendizado dos alunos; sem garantir, aos profissionais da educação, as condições de trabalho que favoreçam o efetivo exercício da autoria pedagógica e da atuação coletiva na construção do processo educativo escolar; sem dar sustentação a cada escola para que ela se torne o lugar de uma experiência participativa efetivamente capaz de ampliar seus sentidos como instituição pública.




Ignorando os acúmulos desse debate, a Secretaria aposta exatamente no seu contrário, impulsionando a estandardização da rede estadual, por meio da subordinação de sua organização e gestão pedagógica a critérios mercantis, e da sujeição de suas instituições e profissionais a relações de disputa e concorrência.




A estandardização da educação, dura e seriamente questionada hoje por vários setores da sociedade, camufla-se, comumente, por meio do discurso do mérito, do desempenho, da competência e da eficiência, omitindo a grave responsabilidade das próprias elites e do Estado, no Brasil, na longa história de produção reiterada de uma escola precária para a grande maioria da população. Caracteriza-se principalmente, no entanto, pelo estabelecimento de mecanismos padronizados capazes de operar o posicionamento diferenciado dos profissionais e das instituições, reiterando a produção desigual da escola por meio da sua suposta "modernização".




A instituição de premiações, a contratação de empresas gestoras de processos, o estabelecimento de mecanismos de avaliação orientados para a produção de rankings, a instauração de regimes de trabalho que associam a concessão de gratificações diferenciadas à atuação de profissionais e instituições em processos concorrenciais semelhantes a gincanas são exemplos dos mecanismos que operam essa crescente diferenciação. Seus resultados são já bem conhecidos: a intensificação do estabelecimento de regimes e estatutos profissionais diferenciados; a desagregação do professorado em decorrência da instauração de relações concorrenciais entre professores e entre escolas; o não reconhecimento do professor como profissional capaz de dispor sobre o próprio trabalho; a subordinação da gestão educacional e da ação escolar a agentes externos não coadunados com os fins e a função pública da educação; a consolidação de padrões desiguais de formação escolar.



Sem situar o professorado no coração do processo de resgate da qualidade da educação fluminense, melhorando significativamente o seu salário, carreira docente e condições objetivas de trabalho, não há perspectiva real de alterar de fato o atual quadro da educação básica, como sublinhou, também, o ex-Ministro de Assuntos Estratégico, Samuel Pinheiro Guimarães, no Seminário organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ - Qual desenvolvimento e Educação e para que Sociedade? - e do qual o atual Secretário de Educação do Estado participou na abertura.Recentemente, os Senadores Pedro Simon e Cristovam Buarque apresentaram Projeto de Lei pelo qual se estenderia o mesmo reajuste salarial aprovado para os Senadores, de 61,78%, para os professores da educação básica das escolas públicas. Os Senadores tomaram como referência a menor base do piso (não reconhecida pelas entidades que representam os professores, que era de R$ 1.024,00). Esse percentual de aumento representa, de fato, uma novidade, se considerarmos que os reajustes dos profissionais do campo das políticas públicas raramente se aproximaram das nababescas auto-concessões do legislativo e do judiciário. Deve-se, porém, observar que, aplicando aquele reajuste, o piso seria de R$ 1.656,62, 16,13 vezes menor que o salário pago aos parlamentares a cada mês: R$ 26.723,13; o equivalente a 3 salários mínimos. Cabe lembrar aqui que os professores não tem o acréscimo de verba de representação para a compra de roupa, livros, correio, transporte, vale alimentação, etc. E, com certeza, o nível de escolaridade médio dos deputados e senadores não é diferente, talvez menor do que dos professores.




Perguntas de quem não quer calar-se perante o cinismo: Por que não colocar o mesmo piso de 1.656,62 aos ministros, governadores, deputados, senadores, prefeitos, vereadores, judiciário, professores universitários, juízes, desembargadores, delegados, generais, etc. e estabelecer uma espécie de IDEB de cada função, com metas quantitativas, oferecendo ao final de cada ano mais três destes salários-base por produtividade? Quem se candidataria a tão nobres funções por essa mixaria e com tal pressão e controle? Por que não, também, estipular este valor como margem máxima de lucro para os banqueiros e empresários? Já imaginaram? Pois, senhores, estão oferecendo esta mixaria aos que cuidam da educação básica da maioria do povo brasileiro (a escola pública no segmento da educação básica - do ensino fundamental ao médio - atende mais de 80%dos estudantes), menos, certamente, dos filhos das profissões ou atividades, entre outras, listadas acima.




Os milhares de professores que atuam na educação pública brasileira podem ser tudo, menos idiotas. O que se está propondo no Estado do Rio de Janeiro e em muitos outros estados e municípios (entre os quais do Rio de Janeiro que se antecipou ao estado) resulta de opções tecnocratas, apoiadas na ideia de que a educação não é um direito social e subjetivo, mas um serviço, uma mercadoria e, por isso, como a define o Secretário, um "negócio falido" como qualquer outro. Nesse quadro, os docentes são tidos como meros entregadores dos pacotes de conteúdos previamente preparados por economistas, administradores, empresários... que se assumem como "autoridades em educação".




Professores, pais, responsáveis, jovens e estudantes, unamo-nos às dezenas de entidades que instalaram em dezembro de 2010 o Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública no estado do Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro próximo, na UERJ, para dizer alto e em bom som: não queremos ser idiotizados. Não reconhecemos essas medidas como legítimas, porque ignoram a história de luta da sociedade brasileira de quase um século pelo direito efetivo à educação pública de qualidade.



Artigo publicado no Jornal Folha Dirigida de 11/01/2011




Os autores são professores do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Vânia da Motta é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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